Em um oferecimento “Roxo de Minas” apresentamos mais uma edição do “Fala Roots” trazendo curiosidades sobre a grande final do Arena Cross, no último sábado, em São Paulo/SP, por Victor Mantovani.
“Quando as estrelas aparecem mesmo em um dia nublado“
Final do Arena Cross 2024 – São Paulo/SP
1 – Toda prova chuvosa envolve períodos de ociosidade, minutos na pista e box esperando a manutenção e a reorganização de treinos. Terreno fértil para o surgimento de excelentes piadistas, imitadores, e contadores de causos entre pilotos, mecânicos e fotógrafos. A magia do esporte nem sempre acontece dentro das pistas.
2 – A chuva cai durante o dia na terra da garoa, São Paulo, mas não tão forte para apagar o brilho das estrelas no parque Villa-Lobos. Estamos falando de todos, mas mais especificamente daqueles que vocês já imaginam: Dean Wilson, Mike Alessi, e Breece.
3 – E sim, as estrelas também estavam na construção da pista: Justin Barclay e Alfie Smith. Além do mais, a organização cobriu toda a pista com uma lona a fim de não encharcar o terreno. Coisa que a gente via somente lá fora.
4 – Alguns dirão – com a ingenuidade de quem observou o esporte somente com olhos benevolentes “o que estraga o motocross são os jogos de equipe”. Este é o comum caso do indivíduo que não entende que dentro do individual existe um coletivo, e que pra ter glória é preciso de guerra, e pra fazer omeletes precisam quebrar ovos, e assim por diante.
5 – Além do mais, em um mundo veloz e líquido onde fama precede feitos, os pilotos Honda na 250cc, fizeram exatamente o contrário: Não tiveram apadrinhamento, conquistaram seus lugares com unhas e dentes. Aldous Huxley diria que o degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé, o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto. Bê e Borba devem ter entendido o conceito melhor que o autor.
6 – Faltou um pouco de sorte de Eric Tomas. Sorte? É. Sorte. A conquista dentro de uma competição exige muito mais do que preparo e talento, às vezes é necessário um pouco de superstição, correr com aquela luva rasgada que te dá mais segurança, reza brava, frieza, azar dos adversários, três pulinhos antes da largada, e claro, também sorte. E por falar em azar, que azar de Eric em ter adversários tão afinados, desde o sobrenome à pilotagem (Bê e Borba).
7 – Os boatos que correm por aí é que Alessi trouxe ECU, suspensão, pneus factory, etc. Cada um com sua sensibilidade. Acho que Alessi já “paga” sua vinda somente em ser “Mike Alessi”. Nada como um numeral 800 estampado na camisa, o sobrenome e aquele capacete com estabilizador. Para um cara nostálgico como eu, é um prato cheio.
8 – É tão bom ver Lucas Dunka bem. Em um determinado dia, um grande amigo me disse: “Cara, o Dunka precisa de uma moto boa, mecânico, os seus ao seu lado, e uma van com um adesivo “respeita a minha história”, com isso, tenha certeza, ela vai performar mais do que nunca”. Pontual, e assertivo, tive que me render e concordar.
9 – Dean Wilson, acima da média, o esperado de alguém que obtém os maiores títulos que um atleta de Motocross um dia possa sonhar. E sabemos que Wilson estava apenas jogando com Dunka naquelas duas voltas, independente, foi divertido, independente, Wilson sentiu o turn down de Dunka em sua frente na mesa de chegada. Mais uma história foi escrita nos livros do esporte brasileiro, mais uma birra foi feita por “Deano” no instagram. “Sorry dude, that’s just a joke”.
10 – Uma equipe satélite sendo vencedora da categoria principal do arenacross fora uma dos grandes feitos de 2024. Parabenizo a 595 racing por todo o trabalho e dedicação. Perfeito ainda mais se a AX2 fosse para eles também, mas tudo o que acontece, acontece, como tem que acontecer.
11 – Zion Berchtold, que grande menino! Quando me vem na cabeça logo me lembra Eli Tomac, talvez pela maturidade, talvez pela frieza, talvez pela garra, talvez pela ligação e pela arte/esporte/ofício que se assemelha ao de seu pai (campeão mundial e medalhista pan-americano de dunhill). Parabenizo a Pro tork KTM também por isso, por ser uma das principais equipes que investem na base do Motocross nacional.
12 – Sobretudo, acredito que é isso. Há tantos assuntos palpitantes sobre os quais palpitar e eu só consigo pensar que é hora de encerrar. Se chegaram até aqui, obrigado pelo tempo cedido e pela amizade. Um abraço e até breve.
– Victor Mantovani (Roots MX).
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