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Italtrans: Diogo Moreira vence. E a alma italiana vibra com um coração brasileiro, por Monike Clasen

Diogo Moreira conquista a primeira vitória na Moto2. Foto: Italtrans
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Em Assen, no dia 28 de junho de 2025, o Brasil não apenas venceu uma corrida: acendeu um farol na Moto2. A vitória de Diogo Moreira no GP da Holanda não foi uma surpresa para quem acompanha seu crescimento silencioso, porém constante. Foi, antes, a consolidação de um piloto que cruza continentes não apenas fisicamente, mas simbolicamente — entre estilos, entre escolas, entre culturas.

Foi a primeira vitória de sua carreira na Moto2. Conquistada na parte final da prova, após uma leitura cirúrgica de ritmo e desgaste, com ultrapassagem sobre Arón Canet a duas voltas do fim. O cronômetro marcou 0,056s de vantagem. A pista, no entanto, registrou muito mais: a maturidade precoce de quem lidera uma moto italiana com a calma de um veterano e a fome de um estreante — e que sabe exatamente quando é hora de manter a linha e quando é hora de arriscar.

Foto: Rede social

Enquanto o Brasil faz pausa no motocross, seus ecos soam na Europa

É quase poético — e tecnicamente emblemático — que, enquanto o Campeonato Brasileiro de Motocross vive sua pausa estratégica, um piloto brasileiro esteja ocupando, com frieza e controle, o degrau mais alto do pódio em Assen. Não por acaso, com uma Kalex da Italtrans — um conjunto que, quando bem ajustado, oferece exatamente o que se viu no sábado: trabalho de suspensão coeso, entrega linear de potência e estabilidade em alta.

Essa ponte — entre a trilha nacional e o templo europeu da velocidade — mostra o quanto o Brasil técnico existe, ainda que muitas vezes subestimado.

Técnica, cultura e travessia

Moreira, nascido em São Paulo e formado no motocross, carrega o Brasil na origem — mas formou sua mente de corrida na Espanha. Desde 2017, passou pelas bases mais sólidas da formação europeia: Talent Cup, CEV e Moto3. Foi Rookie do Ano em 2022, e repetiu o feito em 2024, já na Moto2. Seu estilo? Alta sensibilidade para o traçado, gestão precisa da borracha e capacidade de manter o rival sob pressão sem antecipar o movimento.


Diogo Moreira iniciou no off-road, conquistando títulos em competições nacionais como: Copa Minas de Motocross e Brasileiro de Motocross

Em Assen, largou da pole — terceira consecutiva — com volta recorde. Controlou a temperatura de corrida sem cair na armadilha da ansiedade, manteve a compostura mesmo sendo atacado por nomes experientes, e entregou o ataque final quando o pneu traseiro de Canet começou a dar sinais de desgaste. Nada ali foi intuitivo. Tudo foi técnica aplicada com confiança.

Italtrans: uma escuderia de afeto técnico

Fundada pelos irmãos Germano e Claudio Bellina na Lombardia, a Italtrans é mais do que uma equipe. É um ambiente de leitura de pista, de sintonia fina de acerto e de confiança mútua — atributos que, em um paddock cada vez mais corporativo, ainda contam. Desde 2010 competindo na Moto2, conquistaram o título com Bastianini em 2020. Em 2024, expandiram para o Dakar. Mas foi agora, em 2025, que deram talvez sua demonstração mais potente: souberam reconhecer o talento e lapidar um estilo que não é europeu, mas que dialoga com os códigos europeus com naturalidade.

Essa é a força de uma boa engenharia de equipe: entregar um equipamento competitivo e saber lê-lo em sintonia com o piloto. E foi exatamente isso que se viu em Assen.

28 GPs depois: o Brasil já chegou

Diogo Moreira tem 20 anos e, até o fim de junho de 2025, disputou 28 GPs na Moto2. Seus números já impressionam: 1 vitória, 4 pódios, 3 poles, 2 voltas mais rápidas, 183 pontos. Mas mais do que os números, é a curva de performance que interessa: ele cresce em consistência, em leitura de tráfego, e em tempo de reação.

Foto: Italtrans

Com a vitória em Assen, saltou para o 3º lugar no campeonato, a 31 pontos do líder. E o mais importante: não foi beneficiado por quedas, erros ou bandeiras. Foi puro mérito, em uma corrida limpa, onde cada volta teve de ser construída — e foi.

Nenhuma pressa

Assen pode ter sido apenas mais uma etapa no calendário da Moto2. Mas, para quem lê corrida além do cronômetro, foi um marco técnico, cultural e simbólico.

O Brasil mostrou que sabe formar piloto. A Italtrans, que sabe acolher talento. E Moreira, que sabe vencer.

Com o pulso de quem sente, com a cabeça de quem calcula — e com a inteligência de quem sabe que há estrada pela frente, mas que certas curvas já foram vencidas com autoridade.

O futuro não espera. Ele se deixa pilotar — por quem tem mãos firmes, timing certo e nenhuma pressa de parecer promissor quando já é realidade.

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