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Carlos Campano anuncia aposentadoria do motocross brasileiro

Liderando Brasileiro de Motocross 2022 e perto de conquistar seu sexto título, piloto da Yamaha Monster Energy Geração fará sua despedida no dia 18 de setembro, em Rio Fortuna-SC.
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Carlos Campano jamais será esquecido no motocross brasileiro.

Prestes a completar 37 anos de idade (será no dia 15 de setembro), 30 deles dedicados ao motocross, o piloto da equipe Yamaha Monster Energy Geração decidiu se aposentar das competições no Brasil.

Será a aposentadoria de um recordista.

Depois de conquistar títulos na Espanha e ser Campeão Mundial MX3 em 2010, veio ao Brasil em 2012, contratado pela equipe da Yamaha para iniciar um projeto vitorioso, que já rendeu 26 títulos desde então. Só no Brasileiro de Motocross, Campano já foi campeão brasileiro cinco vezes (2012, 2014, 2015, 2017, 2018) na categoria principal, ultrapassando nomes como Jorge Negretti, Milton Chumbinho Becker, Eduardo Saçaki, Roberto Boettcher, Nivanor Bernardi, Álvaro Cândido Paraguaio, Rodney Smith, entre outras lendas.

“Chegou a hora, né? Eu estou bem feliz de poder encerrar minha carreira no Campeonato Brasileiro de Motocross brigando por mais um titulo, tentar me igualar a uma lenda como Moronguinho. Já estou com saudades, só de pensar que nos domingos seguintes não estarei mais na briga junto com a Yamaha Brasil, a Yamaha Monster Energy Geração que é a minha família, que me acolheu e cuidou de mim por mais de dez anos. Na verdade, não posso estar mais orgulhoso do legado que vamos deixar”, destaca Campano.

Em 2018, ano do Penta – Foto: Idário Café

A festa de despedida tem data.

Campano fará sua última corrida como piloto profissional no Brasil no dia 18 de setembro, na rodada final do Brasileiro de Motocross 2022, na cidade de Rio Fortuna, em Santa Catarina. O atleta lidera a competição com uma vantagem de 15 pontos e pode ser campeão no domingo.

O feito, caso alcançado, o colocará como o maior campeão da MX1 de todos os tempos ao lado de Pedro Bernardo Raymundo Moronguinho – que tem seis conquistas nos anos 1970/80.

Lista de títulos de Carlos Campano:

Campeão Brasileiro de Motocross (2012, 2014, 2015, 2017, 2018);
Vice-campeão Brasileiro de Motocross (2013, 2016, 2019, 2020);
Campeão da Copa Brasil de Motocross (2015);
Campeão Arena Cross Brasil (2014);
Campeão da Superliga Brasil de Motocross (2012);
Campeão Mundial MX3 (2010);
Campeão espanhol de motocross (2006, 2009, 2021).

Em 2012, ano do primeiro título no Brasil – Foto: Elton Souza

Um atleta que respeita e é respeitado

Sandro Garcia, gestor da equipe Yamaha Monster Energy Geração

“Para mim é o melhor piloto da história do Brasileiro de Motocross. Vai deixar sua marca pelo seu foco, sua raça, sua vontade de vencer, seu talento e pela pessoa que ele é, que conviveu conosco esse tempo todo no Brasil. A parceria, a amizade, o espírito de vitória, são muitas lembranças boas. Espero que ele seja feliz nessa nova caminhada, agora devendo se juntar ao time, não sabemos bem ainda como, mas certamente vai estar junto conosco como conselheiro, como um treinador de pilotos, vamos manter esse contato com ele sempre. E ele vai ficar marcado pra sempre na história da Yamaha do Brasil, na minha história como coordenador de todo esse time. O que eu tinha que conseguir no motocross já está conquistado, vamos continuar, e esperamos ter muitas outras vitórias, mas o que eu construí com o Campano até aqui já me deixa muito feliz, visto o que a gente conseguiu junto todos esses sucessos ao longo desses anos que ele teve aqui, em que ele demonstrou o seu melhor, visto o número de campeonatos e vice-campeonatos, de vitórias no Brasil. O grande diferencial dele é numa pista de verdade, de nível Mundial, como o Beto Carrero, Indaiatuba, Canelinha, Carlos Barbosa, em todas as etapas com pistas de nível Mundial ele venceu as corridas. Para mim, ele é o melhor, indiscutivelmente. A decisão de ter trazido ele foi ótima e seu legado de força, determinação e superação será sempre um exemplo para a nova geração de pilotos”, diz Sandro Garcia, CEO da Yamaha Monster Energy Geração.

Firmo Alves, presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM)

“Eu acredito que existe uma linha divisória entre antes e depois do Campano, porque a vinda dele elevou muito o nível dos brasileiros que estavam aqui nas categorias inferiores e até na MX1. Antes, o piloto tinha que ir para o exterior para aprender e subir o nível técnico, e com o Campano aqui isso ficou mais fácil, mais barato. Óbvio que teve interesses contrários, pilotos que disputaram diretamente com ele não gostaram, mas acredito que foi muito bom para o esporte. Ele fez sua história no Brasil, talvez mais do que em seu país de origem, a Espanha, pelos feitos e títulos aqui conquistados. Ele deixa o seu legado e merece o nosso aplauso. A Yamaha também merece nosso aplauso por investir em um piloto de alto nível. Abriu-se uma nova geração de pilotos, assim como aconteceu no passado com Rodney Smith, Kenny Keylon, Gene Fireball. Assim como passado, um novo ciclo no esporte se inicia. O nível técnico do Campeonato Brasileiro inteiro se elevou bastante e hoje nós temos inúmeros brasileiros competindo de igual para igual com os estrangeiros que aqui estão, ou seja, só tem lado positivo nessa história e quem ganhou foi o esporte e o legado desses que por aqui estiveram no passado, sejam estrangeiros ou sejam brasileiros. Hoje o nosso nível é muito elevado, é um dos maiores da América, só perdendo talvez pros Estados Unidos, e se Deus quiser nós vamos ter em breve pilotos brasileiros almejando o título mundial das categorias de Motocross e Supercross”, conclui Firmo Alves, presidente da CBM.

Balbi Junior, chefe da equipe Pro Tork KTM e ex-piloto:

“Primeiramente, gostaria de parabenizar o Campano pela carreira brilhante que ele teve. Comecei a correr contra o Campano há muito tempo, acho que a primeira vez foi no Mundial de Motocross em 2005, e depois todos os Nações sempre foi uma briga. Ele nem corria no Brasil ainda, mas a gente já tinha um nível parecido. A única coisa que não me agradava é o quão duro era disputar com ele, sempre com uma raça e uma vontade incrível, toda corrida contra ele é muito difícil. Me orgulho muito de ter participado da carreira dele. É um cara que fez muito pelo esporte no Brasil, pela equipe Yamaha, e se a equipe Yamaha se transformou no que é hoje, muito disso é graças ao Campano, pelos títulos dele, pela garra que ele entrega dentro da pista. Eu acho muito acertada a decisão e torço para que ele consiga encerrar da maneira mais brilhante possível, que é conquistando este título brasileiro. Campano nunca deixa de impressionar e neste ano é surpreendente. Já com uma idade avançada, consegue ser competitivo e acho que seria muito legal ele ganhar de novo, vou ficar muito feliz de ver ele encerrando a carreira com título. Mas, a hora de parar chega pra todos. Vai fazer falta ver ele competindo, mas tá no momento certo. Ele contribuiu o suficiente para o motociclismo nacional. Eu gostaria de parabenizar o Campano porque ele construiu uma carreira que seria o sonho de muitos. Desejo a ele muita sorte naquilo que ele for continuar fazendo e espero que ele continue nos visitando no circuito nacional porque ele merece e faz parte deste cenário”, afirma o tetracampeão brasileiro de motocross, Balbi Junior.

Wellington Garcia, piloto de motocross

“Eu conheci o Campano quando eu estava voltando do meu acidente na Bulgária, foram as primeiras corridas dele aqui e eu também estava retornando e, como eu não tinha ritmo nenhum, eu não tinha noção da velocidade dele. Mas em relação a todos os adversários, era impressionante o quanto ele era mais rápido! Eu tenho certeza que o Campano é um piloto que agregou muito ao esporte brasileiro, ao motocross, porque sem ele o esporte hoje não estaria no nível que está. Ele é um dos principais responsáveis por ter elevado tanto o nível do esporte no Brasil; ele fez todos os brasileiros agirem e buscarem melhorias, buscarem evolução; Para o Campano eu tenho certeza que foi muito difícil, porque em todos esses anos aqui ele sempre foi referência para todos os pilotos. Hoje eu estou retornando na MX3, tem sido bastante difícil para mim, mas quando eu converso com o Campano e ele fala ‘ah, Welington, eu tenho 37 anos’, eu olho e respondo ‘pô, eu tenho 33 e está sendo muito duro pra mim’, então, a gente consegue ver a força de vontade do Campano por não ter parado, por ter continuado, e estar sempre lutando e sempre no topo do pódio. Além dele ter sido um adversário meu, hoje para mim ele é uma inspiração, porque eu vejo que outro piloto consegue e eu também vou buscar, vou lutar. Eu sempre tive uma admiração como adversário e hoje eu tenho o Campano como inspiração e busco tentar fazer o meu melhor sempre. É uma gratidão poder ter competido com ele todos esses anos, poder ter batalhado com ele e sou muito grato pela vinda do Campano para o Brasil e tenho certeza que todos os pilotos que pensam dessa forma e conseguem enxergar que ele evoluiu e muito o esporte no Brasil têm essa mesma gratidão. Tamo junto, Campano!”, afirma WG21.

Fábio Santos, atual Campeão Brasileiro de Motocross e companheiro de equipe

“O velhinho é casca dura! O cara é fora do normal, quase 40 anos e continua dando calor na galera toda. Me identifico muito com ele, é um cara determinado, disciplinado, raçudo que não desiste nunca e quando perde fica brabo e volta mais forte na etapa seguinte. Sem dúvida nenhuma ele me inspirou e me motivou a ser um piloto do nível que eu sou hoje. Desde que entrei na equipe, em 2015, a gente sempre se deu muito bem. Em 2016, tive a honra de ir para a casa dele na Espanha e passar um mês treinando com ele, foi uma experiência única, incrível. Quando eu estava na MX2 sabia que, mais cedo ou mais tarde, iria enfrentá-lo na MX1 e se eu quisesse ganhar dele eu teria que estar 200%. No início do ano sabia que ele seria o cara mais forte na briga pelo título, vou ficar feliz e comemorar demais com ele encerrando a carreira aqui no Brasil com mais um título esse ano”, afirma o colega de equipe.

CARLOS CAMPANO

Motocross – MX1 – Yamaha YZ450F

Chegou a hora, né? Eu estou bem feliz de poder encerrar minha carreira no Campeonato Brasileiro de Motocross brigando por mais um título, tentar me igualar a uma lenda como Moronguinho. Já estou com saudades, só de pensar que nos próximos domingos não estarei mais na briga junto com a Yamaha Brasil, a Yamaha Monster Energy Geração que é a minha família, que me acolheu e cuidou de mim por mais de dez anos. Na verdade não posso estar mais orgulhoso do legado que vamos deixar. Mudei minha vida por completo para competir do outro lado do mundo, sempre com a Yamaha na mão, para competir na maior equipe da década. Eu lembro há uns anos atrás, jantando com o Sandro (Garcia, CEO da equipe), a gente estava conversando sobre o rendimento dos atletas, eu estava com 32, 33 anos, ainda brigando por cada vitória. Combinamos que íamos dar o máximo para tentar concluir uma década juntos, fechar uma década competindo, um ciclo de 10 anos ganhando títulos. E esse ciclo acabou no domingo, 2021, logo com uma lesão na mão que não me deixou acabar o ano na briga pelo campeonato. Aí eu decidi que precisava de mais uma chance, o Sandro e a Yamaha me deram mais uma chance e estamos aqui, prestes a cumprir 37 anos já, brigando pelo sexto título, e eu só tenho que agradecer a todas as pessoas que fizeram parte desse sonho que virou realidade, que virou a grande equipe que é agora. Tenho que agradecer e falar obrigado para o Cacau (Manoel Hermano), que foi quem me convenceu do projeto quando era só isso, era uma ideia. Obrigado, Sandro, pela sua valentia e paixão pelo nosso esporte, o motocross. Com certeza, obrigado a Yamaha Brasil, a Yamaha é uma marca que sempre me apoiou em de todos os países e campeonatos que eu competi, para mim é incrível fazer parte de uma família assim, sentir o Kando, saber o que é o Kando. (Quero) mesmo agradecer o meu grande parceiro Rafa (Rafael Rocha Porto, mecânico) que cuidou de mim e da minha moto corrida após corrida, ano após ano, sempre se esforçando ao máximo e cuidando de cada detalhe. E a todo mundo que fez parte dessa história, equipe, patrocinadores, amigos, companheiros. É isso, chegou a hora de baixar um pouco o ritmo das viagens, do estresse, quero aproveitar essa boa fase que estou agora também para curtir outros desafios e chegou a hora de me despedir de vocês, dessa minha casa e do meu Brasil. Quero só falar obrigado a todos, a gente se vê daqui a pouco em outras circunstâncias. Um abraço!”, despede-se o campeão Carlos Campano.

Em 2014, campeão do Arena Cross Brasil – Foto: Mau Haas

A Yamaha Monster Energy Geração tem patrocínio da Monster Energy, Grupo Geração, Júpiter Baterias, IMS Race Wear, ASW Racing, Yamalube, Yamaha Consórcio, Durag, MotoStyle Graphics, Vedamotors, DID e CMB.

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