Recém chegado ao Brasil o piloto Francês que já fez pódios no MXGP, foi segundo colocado em algumas baterias e duelou no Pro Motocross nos EUA com os top 10 do ranking nos Estados Unidos, desembarcou no BRMX para representar a reformulada Honda Racing Brasil, nessa entrevista Rubini fala sobre o que achou do Campeonato Brasileiro de Motocross!
Na foto acima Stephen Rubini recém chegado ao Brasil no ano passado para sua estréia pela Honda Racing.
SR: Olá Rubini, antes de mais nada obrigado pelo espaço e pela oportunidade de trocar essa ideia com você, quando e como você recebeu o convite para vir correr no Brasil, em que momento foi na sua vida e carreira?
Rubini: Olá a todos! Obrigado pela entrevista, é um prazer. A história é bem fácil, quando eu estava disputando as últimas 3 rodadas do AMA Motocross nos EUA, o Reinaldo me contatou. Ele estava me convidando para correr as últimas 2 rodadas do BRMX. Não tendo mais corridas naquela época do ano, eu disse sim! Eu estava num ponto da minha vida em que o Mundial não me fazia mais sonhar e precisava ir para outro lugar, um lugar onde fosse feliz e com gente boa.
SR: Quando você aceitou o convite, o que esperava do MX no Brasil? Você já viu alguma coisa sobre nosso esporte por aí?
Rubini: Sinceramente, não sabia o que esperar. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo aqui no Brasil. A única coisa que lembro é de assistir ao MXGP Brasileiro há alguns anos atrás. Mas tenho que admitir que me surpreendi positivamente.
SR: Você chegou na etapa Limeira SP, na época o campeonato estava “morno” pois o Fábio já havia aberto uma boa vantagem em pontos e estava liderando a MX1 e nessa ocasião só vimos um cara andando ao seu lado que era o Gustavo Pessoa, mas você não lutou muito pela posição, nesta fase o que você imaginava do MX nacional?
Rubini: Eu conhecia a situação, não sabia exatamente o nível, mas nunca subestimei o nível. Vir aqui sem estresse só para curtir foi uma coisa boa, mas quando você corre por um campeonato fica mais difícil você administrar as coisas e tomar boas decisões.
SR: Depois em Canelinha na final, o Fábio conquistou o título na primeira bateria e na segunda resolveu te enfrentar de verdade, o que você achou aí quando reconheceu um concorrente direto e já sabendo que voltaria para a temporada 2024 ?
Rubini: Eu sabia que tinha um bom adversário, ele não é campeão Brasileiro à toa. Depois disso, ficou óbvio que seria difícil conseguir o campeonato de 2024.
SR: Finalmente este ano você está definitivamente no jogo, fazendo parte de uma nova equipe Honda, com novas estratégias e investimentos em ambas as categorias, você sabe que tem a responsabilidade de fazer a marca mudar o jogo no mercado nacional e você também percebe que as outras marcas não estão brincando, todo mundo quer esse título, o que você vê do BRMX nesse momento do meio do campeonato?
Rubini: Sabe, o Reinaldo é uma ótima pessoa, com certeza mudou muita coisa dentro da equipe. Cara, a equipe é ótima em muitos aspectos, as pessoas, o material, a Honda, os pilotos, tudo se encaixa perfeitamente e o ambiente é muito positivo. No campeonato em si, todas as equipes estão dando o máximo para melhorar e acho que só tenho que seguir em frente.
SR: Vimos inúmeras matérias com seu nome publicadas nos principais veículos de comunicação do exterior, hoje sabemos que o mundo está de olho no Brasil, nós aqui no Show Radical estamos trabalhando diretamente com o MXGP e também com o SMX nos EUA e tudo o que acontece aqui vira notícia no exterior, como você vê isso na sua carreira já que muitos fãs europeus e americanos estão nos acompanhando aqui no Brasil?
Rubini: As pessoas estão assistindo vocês realmente, se interessam e isso é bom para o esporte. Acho que o campeonato Brasileiro pode inspirar muitas federações de motocross ao redor do mundo!
SR: Acabamos de receber mais um piloto estrangeiro de alto nível aqui no Brasil, Harri Kullas, você já correu inúmeras vezes com esse cara, você acha isso importante porque até agora tínhamos três caras com chances reais de título, você , Fábio e Paulo e acabou que entre vocês três não tivemos outro piloto para diminuir ou aumentar pontos nos resultados das etapas, mas por outro lado vimos outro brasileiro rodando no seu ritmo neste final de semana que foi o Dudu Lima, ele começou o ano lesionado mas agora parece que vem forte e isso se manifestou em Palmas. Você acha importante ter mais caras andando juntos para ajudar a atrapalhar o esquema de pontos no ranking?
Rubini: Para ser sincero, só rodei com Harri algumas vezes. Mas todos sabemos que quanto melhor piloto for, mais interessantes serão as corridas e o campeonato. Claro que pode atrapalhar nos dois sentidos para mim, para o Fábio ou até para o Paulo, mas é importante ter alguns pilotos com quem possa disputar.
SR: Vamos falar um pouco sobre estrutura, já sabemos que você já se destacou no MXGP na MX2, ficou em 2º lugar em algumas baterias e no pódio geral algumas vezes, com certeza teve bons equipamentos e também vimos você ano passado em algumas corridas em dos EUA do AMA MX mas entendo que você competiu com equipamentos particulares e hoje está na equipe oficial da Honda Racing Brasil, pode me dizer a diferença entre os três níveis de equipamentos que você utilizou nessas últimas temporadas comparando o Brasil com os demais?
Rubini: Nunca fui um grande fã de motos muito potentes, as motos de série tem um bom desempenho o que já é muito bom para mim!
Quando eu estava na MX2 trabalhamos um pouco no motor, mas muito no mapeamento o mesmo no MXGP, para poder usar 100% do motor padrão é melhor você acordar cedo e trabalhar duro, agora com a equipe trabalhamos um pouco no cabeçote do motor, temos o escape Yoshimura e muito mapeamento! O que também trabalhamos muito foram as suspensões, estou usando a 4.42 da França.
SR: Agora que você realmente conheceu o campeonato Brasileiro de MX, seu formato e seus melhores pilotos Brasileiros, com a experiência que você tem no exterior, o que você acha que precisamos mudar aqui no país para ter um piloto brasileiro que possa sair direto do Brasil e disputar o TOP5 da Europa ou dos EUA?
Rubini: Acho que ainda é muito cedo para dizer alguma coisa, mas penso que precisam continuar melhorando, a forma como a CBM está fazendo me parece ser um bom caminho eles estão buscando evoluir conforme o país permite! Para os pilotos Brasileiros que puderem sair desde cedo e ir lá disputar os campeonatos mirins isso é o ideal, desde cedo leve o seu treinador, técnico para o exterior quando estiver nas 65cc, 85cc se você é talentoso e está trabalhando, é nessa época que você terá a melhor chance de pegar uma carona de evolução!
SR: Você já mostrou todo o seu potencial nas pistas de MX aqui no Brasil, mas neste fim de semana você enfrenta um novo desafio aqui no Arena Cross, que é mais um evento enorme e muito importante para o off road brasileiro, vimos você já se preparando com o time na pista particular de SX da própria equipe, como você se sente em relação a essa modalidade? Você tem alguma experiência em pistas e competições indoor?
Rubini: Não faço corridas de Supercross há mais de 10 anos. Mas é bom poder correr novamente, não espero nada em termos de resultados, mas vou tentar aproveitar e dar o meu melhor. Tenho treinado nas instalações da Honda e tenho gostado muito, então espero poder fazer o mesmo na pista.
SR: Outra situação é que vimos o anúncio dos pilotos e o nível parece bastante alto para esta estreia na temporada do Arena, o que você acha dessa batalha que promete um nível realmente alto?
Rubini: Como eu disse, são 10 anos sem corridas de SX é muito tempo. Vou considerar cada oportunidade no caminho certo como uma lição e tentar melhorar a cada vez que entrar na pista, o nível parece muito alto e isso será bom para os fãs!
SR: À medida que nos aproximamos do final, gostaria de saber como você está se sentindo como pessoa que mora aqui no país e disputa nosso campeonato, isso está sendo bom para você como pessoa? Você vê futuro nisso e pretende continuar na equipe? Ou é apenas uma experiência única e você tem outros planos para as próximas temporadas?
Rubini: Nem sempre foi fácil, você sabe como é estar fora de casa, deixei tudo que tinha na Europa, sinto muita falta da minha família. Felizmente estou aqui com a minha noiva Kelly e tenho a equipe ao meu redor, essas pessoas fazem acontecer e não tenho como agradecer o suficiente por isso, Reinaldo está cuidando muito bem de nós. Sempre procurei trabalhar com pessoas boas e sempre tentei ser o mais feliz possível, então enquanto eu estiver perto dessas pessoas e estiver feliz, bem, ficarei por aqui.
SR: Por fim, deixamos a última pergunta para você se expressar ao nosso público e agradecer a quem está ao seu lado aqui no Brasil, fique à vontade e faça boas corridas com nossos pilotos brasileiros, a evolução realmente ficou clara para todos essa temporada, obrigado por estar aqui e bom trabalho!
Rubini: Quero agradecer a cada pessoa da equipe, na sede da Honda, a empresa Peter 4.42, Five Gloves, 100%, a minha noiva e à minha família e amigos que estão me acompanhando e me dando forças de longe. Obrigado a todos os fãs aqui no Brasil, agradeço a todos e estou ansioso para nos conhecer e nos divertir juntos a cada etapa. E obrigado a você Tiago, pela pessoa que você é e pela entrevista aqui no Show Radical!
Foto: MundoPress | Honda Racing
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